23/09/2009

/medo.

tenho medo, medo de me perder novamente; medo de você ser só mais um. já passei por tanto e ao mesmo tempo por nada. posso me comparar com um passageiro em um trem; conheci diversos lugares, mas tudo através de um vidro. não tive a emoção de estar em nenhum deles exatamente. eu vejo as pessoas embarcando com um único objetivo: o de desembarcar. eu tenho meus objetivos, mas eles me prendem ali, naquele banco, naquele mesmo trem. eu vi histórias de amor começarem, presenciei o final de algumas também; vi pessoas irem para nunca voltar e vi algumas que sempre me acompanharão na minha jornada. fico pensando se, assim como eu, eles ainda não encontraram os seus devidos lugares de desembarque. sou como a pessoa sentada em frente a TV. sou a expectadora. não tenho planos, só o de ficar ali, sentada, assistindo tudo acontecer. uma vez na vida, queria poder ser a mocinha dos filmes de ação, de romance, aventura ou comédia. queria poder encarar a vida sem ser através de uma bolha protetora. quero sentir a brisa do mar, o calor do verão, o verde da serra, o frio do inverno, o cheiro das flores e o final-de-tarde do outono. queria sentir as estações mudarem. queria tudo isso... com você. porque o mais frustrante em toda essa experiência de expectadora, não é apenas assistir e sim, assistir sozinha. à todo final de um filme, à todo desembarque, a única coisa em que penso é: e se aquele fosse o cara certo? eu o deixei escapar, não!? é, talvez eu tenha. talvez eu nunca mais o veja ou, ainda, algum dia eu o venha a ver novamente. o destino? é, talvez eu acredite nele, mas acho que não há destino se nós não tomarmos decisões. eu tomei a minha, resolvendo ser apenas a expectadora. perdi você e sei que nunca mais vou te ver.

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