20/12/2013

Quem me completa.

Às vezes,
lembro
dos nossos compromissos,
dos planos
dos seus sumiços.
Sinto falta
dos seus braços,
do abraço, 
e do cafuné.
Às vezes,
concluo 
que não daria certo,
diferenças demais,
apesar das semelhanças.
É quando eu sigo,
pensando
que foi bom
enquanto durou,
que a falta que faz
é só meu corpo
acostumando-se
com o vazio.
E, ao mesmo tempo,
preenchendo-se 
de calor,
ao lembrar,
que sou eu
quem me completa.

10/12/2013

O Terceiro Adeus

Quando você disse
O primeiro adeus,
Foi como se o verão acabasse.
O frio tomou conta.
O outono chegou.
No segundo adeus,
Fui para a janela.
A brisa que veio,
Logo foi e meu deixou.
Então aconteceu de novo,
E no terceiro adeus,
A primavera gritou.
Foi como se não houvesse inverno,
E o calor me tomou.
Acendi como uma tocha.
A luz que um dia perdi...
Agora, em chamas, brilhou.

06/12/2013

E se fosse fácil?

E se fosse fácil esquecer
Todas as palavras que ouvi,
Os momentos que passamos.
E se o vento levasse,
Para longe, toda dor?
O que eu faria
Se a vida me deixasse
Ser livre do amor
E amar o que é livre?
E se possível fosse
Que eu nunca mais sentisse...
A amargura de um adeus?
A vida me faria
Mais feliz?
Ou seria só até
o próximo que chegasse
trazendo flores e um sorriso
E promessas que nunca ouvi?

27/11/2013

Sem Pedidos

Não vou pedir
que fique,
que vá,
que me deixe,
que me adore,
que volte,
que esteja.
Se ficar,
que seja por vontade.
Se ir,
que seja em paz.
Se me deixar,
que seja com certeza.
Se me adorar,
que seja sincero.
Se voltar,
eu te espero.
Se estiver,
te quero.

25/11/2013

Retrato

Quando te vi indo,
Tive medo.
Frio na barriga,
Lágrimas nos olhos.
Quando pensei 
Estou te perdendo,
Me fechei
Feito uma concha.
Dormi agarradinha
Abraçando meus joelhos
Com a cabeça
No meu travesseiro.
Quando você
Finalmente se foi,
Não havia mais sombra
De dúvida...
Eu pensei 
Que nada fosse curar.
Dizem que o
Tempo sempre foi
O melhor remédio.
Mas não é 
O melhor colírio
Para quem está cego.
Com o passar
Dos dias,
Tudo ficou turvo.
A fotografia
Ainda existia
No mesmo lugar.
Para lembrar,
Que um dia,
Teve futuro
O que hoje
Não está lá.

20/11/2013

Dor

a felicidade cede à dor 
e o coração logo
não sente
a paixão
que aquecia
agora queima
e a ferida
aberta
já não cura
o sentimento
maior
é o medo
já não sei
como é viver
sem ser
nessa loucura

18/11/2013

O Choro

Das nuvens carregadas,
um trovão
que irrompeu em lágrimas.
Gotas salgadas...
Pai do oceano,
o Choro.
Um Deus,
que - quando aprisionado -
libera sua ira.
Sua fúria recai sobre os olhos
que, pesados, liberam água.
Surge, assim,
a mais valiosa e pura das fontes.

04/11/2013

Querer bem.

E se eu deixar
você brincar
de
bem-me-quer,
promete
que, no fim,
vou estar inteira
mesmo sem
nenhuma pétala
mesmo estando
crua
nua
sendo sua?
Promete que
vai me querer bem?

01/11/2013

cliché

são tantos os medos
para pouca vida
que nem sei
para onde ir
tantos caminhos
poucas escolhas
como saber
qual vai me fazer
feliz

24/10/2013

sem ponto ou letras maiúsculas, porém repleta de vírgulas

a dor de te ver ainda é maior
que a dor de me ter
ali sozinha
enquanto você
acompanhado
segue seu rumo
perdido na noite
te encontro de manhã
meus devaneios
te perco novamente
noite
acabou sem começo
começou sem fim
tudo ao contrário
resumido a
você

07/10/2013

Destino

Para quem não acreditava,
Hoje, rezo para que seja
Destino.
E todo o amor que me resta
Que fique guardado
Para depois.
Que todo o sentimento
Permaneça adormecido
Até ser você.
Que a dor passe
que me dê um descanso
Que volte como alegria...
Ser feliz ao seu lado
Ser feliz sem você.

22/09/2013

Estações

Ainda lembro de cada palavra
Como se fosse outono.
E senti toda a frieza
Do inverno.
Mas ainda tenho
Todas as memórias
Florescendo como primavera.
Quando finalmente esqueci,
Foi no verão.
Porém os ventos 
Trouxeram você de volta:
Outono.

11/09/2013

Contratos Sociais

A vida é cheia de regras. Regras criadas há séculos, quando a forma de viver era completamente diferente do modo como se vive hoje. Nos relacionamentos, é assim também. Hoje em dia é normal para muita gente ir para a casa de outra pessoa sem nem ao menos ter trocado mais de vinte frases. Ok, sem julgamentos. Só não façam disso uma regra. Não transformem encontros em contratos sociais. É um apelo a toda sociedade, que criou uma nova regra: sair com a pessoa antes de transar é namoro, é romance, "Vamos nos casar?". Antigamente, conforme as regras, era assim, sair era quase assumir namoro. Outras épocas. Séculos atrás. Hoje em dia, sair é só mais uma forma de avaliar. Avaliar se vale a pena, avaliar de rola mesmo sintonia, se existe química. Sair não é o bicho papão. A guria não vai amarrar ninguém. E, se o cara se sentir amarrado, interpretou errado, ou - de fato - ela tenha sentido que vale a pena investir e não teve medo de transmitir isso. Não fujam que nem uns maricas de qualquer tentativa de aproximação. Todos já sofreram por isso alguma vez na vida. É normal, são as tais regras. Infelizmente, quebrar barreiras, para criar outras, não é ganho, é perda. A sociedade perdeu um pouco de romance sim, mas não romance do tipo "dar as mãos" e, sim, de olhar nos olhos, de sentir na pele. Prazer por prazer, todos querem, mas não precisa ser frio, mas não precisa se tornar um contrato social. Sem extremismos, só um pouco mais de cautela. Mulheres e homem nunca vão agir da mesma forma, simplesmente, por serem diferentes. Igualdade não significa mesclar gêneros, não significa ser menos mulher, mais homem, menos homem, mais mulher. Igualdade é respeitar o outro, seus princípios, seu jeito, sua velocidade. Ceder um pouco, não significa perder a batalha. Barzinho não é romance. Sushi não é namoro. Sexo é natural, não marquem data e hora pra isso.

01/09/2013

Adeus


Quanta dor cabe
Em uma despedida?
Em um coração, 
quando amor?
Qual a medida 
Para quem se apaixona?
Pra quem se despede,
Quanta dor?
Pra ti, um adeus.
Adeus de quem fica,
Adeus de quem foi,
Adeus de quem ama,
Adeus, até depois. 
Adeus, 
Me espera.
Adeus,
Já me vou.
Adeus, 
Não me esquece.
Adeus,
Foi o que restou.

28/08/2013

Cigana

Cigana,
Pés descalços,
Dança.
Acende a chama
E dança.
Quadris,
Mãos,
Olhos,
Cigana.
No ritmo,
Batuca seu pandeiro
E dança.
Me envolve com seu charme
E canta.
De cigana a sereia,
Chama,
Grita meu nome,
E dança.
Cigana,
Quadris,
Mãos,
Olhos,
Clama.
Implora pelo meu amor,
E dança.
Cabelos soltos,
Ombros despidos,
Se despe da vergonha
E dança.
O tempo que passa,
A lua que ilumina,
Te alcanço,
E foge.
Foge de mim,
Esquece meu nome,
Provoca meu amor,
E some.

24/08/2013

Talvez...

Talvez eu te queira, talvez não.
Talvez tu me odeie, talvez não.
Talvez eu te entenda, talvez não.
Talvez me ignore, talvez não.
Talvez a gente fale, talvez não.
Talvez você disfarce, talvez não.
Talvez eu sorria, talvez não.
Talvez você ria, talvez não.
Talvez me perdoe, talvez não.
Talvez eu te ignore, talvez não.
Talvez você fuja, talvez não.
Talvez eu continue, talvez não.
Talvez tenha fim, talvez não.
Talvez tenha respostas, talvez não.
Talvez fosse amor, talvez não.
Talvez eu esqueça, provavelmente, não.

21/07/2013

Eu soube.

Foi quando as mãos uniram-se,
Os lábios tocaram-se,
Os olhos fecharam,
Que eu soube.
Um pedaço meu se foi
E o que restou em mim
Agora também é seu.
A voz que falha
é a mesma que grita seu nome.
Se ao menos você soubesse,
a dor que causou em mim
ao me deixar ali sozinha
num sonho sem fim.

30/06/2013

Se eu não fosse tão minha.

Talvez, se eu não fosse tão minha, seria sua. Se não fossem as minhas manias, os meus medos, os meus apelos. Decidi, faz pouco tempo, te excluir da minha vida. Foi uma decisão difícil, mas que precisava ser tomada. Estabeleci um plano: cinco. Cinco dias sem procurar, sem falar, sem pensar. Quando eu chegasse no cinco, tudo voltaria a fazer sentido. Infelizmente, o cinco nunca chega. E, a cada tentativa falha, sou obrigada a recomeçar a contagem do início. É um esforço contínuo, um sofrimento imposto a mim mesma, mas eu realmente acredito no resultado. Isso é o que importa. No fim dos cinco, seremos tão nossos, que não haverá espaço para você em mim; não haverá espaço para mim em você. Seremos passado, mesmo sem nunca conjugar o futuro.

19/06/2013

De todos, o mais fácil de escrever, o mais difícil de se ler.


De todos os amores, o mais apaixonado. De todas as paixões, o mais fácil de esquecer. Um paradoxo. Um mistério. O tempo. A experiência. De todos que deveriam ir, aquele que podia ficar. De todos que ela gostou, o mais difícil de deixar. Uma mistura de sentimentos. Um furacão. Uma tormenta. Nem todo texto faz sentido. Nem todo amor é definido. Se pudesse voltar atrás, seguiria para frente. Se pudesse seguir em frente, voltaria dois segundos a trás. O abraço. O beijo. Um alô. Um adeus. De todas as despedidas, a que mais a fez chorar. 

11/06/2013

Tortura

Não se sabe se era amor, ódio ou indiferença. Soava como tortura, fosse a forma que tivesse. Nada era claro, apesar de incolor. Talvez fosse isso, a falta de tons. Perdida nesse mundo inóspito, não tinha lugar que a fizesse ficar. Percorria ruas escuras, becos fétidos e avenidas repletas de letreiros néon. Se um dia a tivessem amado, talvez soubesse distinguir a dor. Mesmo assim, soava como tortura, soava como algo nunca correspondido. Não se sabe, mas devia ser amor.

02/06/2013

Adoro uma reunião de condomínio.

As pessoas esqueceram a simplicidade do veraneio. Elas não querem mais uma casa cheia de gente e reunião nos finais de semana. Não querem rede, cachorros, família ou amigos. Esses só nas reuniões de domingo na cidade. Praia é pra se curtir sozinho. Essa parece ser a nova filosofia de vida. Comprar um cubículo, um apartamento minúsculo, viver rodado de vizinhos que você não sabe nem o nome em prol de uma vista ridícula de pequena é muito mais atraente. Quem quer casa com pátio!? E o trabalho que dá: cortar grama, varrer a casa, limpar os pés com a Mangueira pra tirar o sal e a areia. Bobagem. As pessoas odeiam isso. Elas odeiam o cheiro da grama cortada, odeiam curtir a casa, odeiam espaços que as lembrem o quão solitárias essas pessoas são. Elas querem viver em espaços pequenos, sozinhas, mas sem se sentirem solitárias. Casa é bobagem. Bom mesmo é um apartamento na praia. Aquele bando de arranha-céu. Bom é. Praia com sombra, sem luz, com vento, com calor causado pelo asfalto. Bom é progresso, bom é ter que sair da paraia às três da tarde por não ter mais sol na beira. Como eu amo progresso. Como são lindos aqueles prédios iguais das praias. Todos de lajotinhas e com seus trinta e tantos andares. Casa é ridículo. Casa é desnecessário: muito grande, muito incômodo, muito solitário. Gosto é de vizinho pra reclamar do rádio no domingo. Gosto é de gente, mas não me importo em saber o nome deles. Adoro uma reunião de condomínio.

29/05/2013

Sei que vou.

Vou sentir sua falta.
Sei que vou.
Estou indo embora.
Já acabou.
Não preciso de palavras,
nem beijos, nem abraços.
Não vou olhar para trás.
Não, não vou.
Prometi há muito tempo,
Que um dia esqueceria
De cobrar coisas roubadas,
de cobrar o seu amor.
Já é tempo de ir.
Não tem como voltar.
Tudo aquilo que te disse,
Hoje, lembro com pesar.

Ela

Talvez ela tenha cansado de esperar por coisas que jamais vão acontecer. Quando não é pra dar certo, simplesmente não vai. Ela não aceita bem esse fato, assim como muitos outros. Ao mesmo tempo, ela insiste até o último minuto, como se a vida, a sua vida, dependesse disso. Ela reclama com uma frequencia assustadora, é quase um hobbie. Nem todos aguentam, a maioria vai embora antes mesmo de tentar entender. Ela cobra gestos, palavras e atitudes. Não faz isso por mal. Ela sente essa necessidade de saber, de saber as respostas. Ela não gosta das coisas pela metade. Ou é, ou não é. Isso faz tudo ser bem mais complicado. Ela tenta - e vai continuar tentando - parar de definir tudo. Tem coisas que não se define, tem coisas que não se vê, outras, não se sente. Isso não as faz inexistentes, só as torna mais imperceptíveis. O que importa é a quantidade de vontade que ela tem: vontade para seguir em frente, vontade de viver, vontade de ser feliz.

14/05/2013

Mensagens

Ela escrevia mensagens e apagava. Às vezes, apagava antes mesmo de mandar. Outras vezes, depois. Ela dizia que era por medo de lerem. Mentira. Quase sempre, era por medo da reação das pessoas. Ela não queria saber se tinham visualizado ou não. Preferia viver em um mundo sem respostas. Ela não queria um sim ou um não, ela simplesmente queria. Até que um dia, as coisas começaram a perder o sentido. Ela já não via mais graça em não saber. Estava cansada de não sentir. Quando descobriu isso, muito tempo havia se passado. Já não restava tempo para aventuras, nem para respostas. Foram tantas perguntas que se perderam pelo caminho. Tantas dúvidas. Ela nunca encontrou alguém que respondesse para ela. Alguém que soubesse qual a sensação de escrever mensagens e ter medo da reação das pessoas.

10/05/2013

Distância

Longe de tudo e de todos. É assim que me sinto quando vejo você. Ao mesmo tempo, sinto todos os olharem em mim, como se qualquer coisa que eu fizesse parecesse absurdo, obsceno, idiota, louco. Dizem que é assim mesmo, mas eu não gosto disso. Não gosto da sensação de estar ali, tão perto e tão distante. Tão longe de você, mesmo que sejam 10 passos. São os mais longos passos do mundo, os mais dolorosos, os mais tristes. Gostar é um tanto obsessivo. Quero te ter por perto, quero abraçar e tocar e falar. Mas você está ali, não aqui. Lá. Longe. Distante. E eu aqui. Distante, não do você, mas de todos. Pensando no dia em que a gente vai estar perto. Pensando nos passos que ainda faltam dar.

02/05/2013

Hoje

Hoje sou toda sua.
Sou olhos,
Sou mãos,
Sou pernas,
Sou braços.
Carícias.
Abraços.
Beijos.
Sou pensamento,
Sou corpo,
Sou alma.
Te quero por inteiro.
Quero ver teu sono,
quero te ver tranquilo.
Quero olhar você dormindo.
Meu querer,
meu gostar,
meu amor.
E, quando a luz surgir
Entre as persianas,
poder te ver,
poder te amar mais um pouco,
mesmo que em sonhos,
mesmo que de longe,
mesmo sem te ter.
Mesmo sem tocar.


21/04/2013

Esta noite...

Esta noite vou chorar. Vou chorar um pouquinho por mim, um pouquinho por ti. Vou chorar por ter acabado, mesmo sem ter começado. Vou chorar por você ir. Talvez eu chore um pouquinho por não ter visto sua chegada, nem ter visto você passando, nem vi suas malas. Vou chorar por todos os que foram, todos os amores passados, que nunca voltarão. Vou chorar por nós dois, pelos meus sonhos e, também, pelos pesadelos. Vou chorar por amar demais, mesmo quem não me ama, mesmo quem nunca me amou e nunca vai amar. Vou chorar por te querer em silêncio, te querer calada, te querer sozinha. Vou chorar por te querer e ponto. Vou chorar baixinho para ninguém ouvir. Vou chorar um pouquinho, pois de noite não tem luz. Vou chorar um pouquinho sem ninguém saber. Vou chorar um pouquinho para rir depois.

14/04/2013

A Sociedade

"Faça isso."; "Não faça assim."; "Pode falar."; "É melhor ficar calado."; "Vai, se joga."; "É melhor esperar um tempo."; "Quantos dias?"; "Ah, não sei.... espera até que a pessoa faça primeiro.". Regras, regras e mais regras. Quem inventou todas elas? Temos mesmo que obedecer todas elas? São tantas. Ninguém se importa realmente com o sentimento, só se estiver de acordo com as regras. Ele não vai gostar dela, não se ela for procurar por ele. Ela não vai gostar dele, muito isso ou aquilo. Não podemos chegar neles. Eles não podem chegar chegando. Ela procura alguém que seja aprovado. Ele procura alguém que siga regras. Eles procuram pessoas, mas não sabem o que eles procuram nelas. Paixão é impulsiva, mas só funciona se refrearmos todos os impulsos; silenciar, mesmo que a vontade seja falar; ficar, mesmo que a vontade seja ir; neutralizar, mesmo que a vontade seja sorrir. Nada de inércia, nada de nada. Somos repreendidos, basta pisar na linha. Cada um deve obedecer os limites impostos. Ninguém pode fugir, burlar o sistema, ser livre. Não, amar deixou de ser algo que liberta. Não somos o que queremos, somos aquilo que querem que sejamos. Somos eles, não nós. São as regras deles, não as nossas. São eles os felizes. A nossa felicidade pouco importa. Siga as regras, só assim eles nos deixarão sorrir.

03/04/2013

Poema do Desespero

Não consigo falar com você.
Eu engasgo.
Eu tusso.
Eu suo nas mãos.
Eu congelo.
Se você soubesse como eu quero...
Eu tento.
Eu olho.
Eu vejo.
Mas você não vê.
Não como eu vejo.
Não como eu olho pra você.
Eu finjo.
Eu piro.
Me jogo.
Eu giro.
Eu fujo.
Te deixo.
Amanhã, eu tento.
Um dia desses, você cansa.
Me deixa.
Eu surto.
Eu choro.
Eu oro.
Te peço de volta.
Entro em luto.
Por você e por mim.
A história que nunca teve fim.

02/04/2013

A verdade...

Ela queria mudar, queria ganhar, queria ter. Ela queria ser mimada, queria poder. Ela não tinha coragem, não tinha amor, nem coração. A vida, para ela, passava em vão. Solitária, viveu até morrer. No seu enterro, ninguém foi, foi sem querer. A verdade é que ninguém sabia, ninguém sentia, ninguém lembrava. A menina solitária do apartamento 11 não deixava que ninguém se aproximasse. No fundo, era mais frágil do que o pote de vidro, que era seu único bem e para que ninguém deixara.

28/03/2013

Poluição

O mundo anda poluído. De lixo, sim. Mas não é desse tipo de poluição que esse texto se trata. As pessoas apodrecem cada vez mais, na procura pelo luxo, produzem diversos tipos de lixo. O pior deles é o que polui a alma, a mente. Mentes poluídas por todo lado: vulgaridade. Sinto falta da simplicidade de um olhar, da inocência do mais puro dos sentimentos: o amor. Sinto falta das paixões avassaladoras, das serenatas de amor, das varandas repletas de meninas sonhadoras, encantadas com a lua e com a imensidão do mundo. Sinto falta dos dias em que as pessoas se cumprimentavam nas ruas, da cumplicidade, da troca entre as pessoas. Eram bons os dias em que os netos sentavam com os avós para assistir televisão, ler um livro, compartilhar histórias. Eram lindos e inesquecíveis, os dias em que segurar a mão de alguém era algo tão íntimo, que nada poderia explicar a sensação de andar juntos, como extensão um do outro. E, principalmente, eram lindos os dias em que um sorriso podia iluminar o dia de alguém, fazer a diferença, mostrar que ainda tem gente que se importa e sente e luta desesperadamente por dias melhores. Sorrisos que dizem muito, mas calam. Devemos continuar lutando por um mundo despoluído, desprovido de más intenções, onde as pessoas são livres para acreditar. Acreditar que existe esperança, que o sol ainda vai brilhar por de trás das nuvens grossas que não nos permitem ver.

27/03/2013

Quando o sol surgir.

Esquisito esse sentimento. Ele já não me é estranho, mas continua não fazendo sentido. Não é inveja, não do tipo mau, do tipo perverso. É mais íntimo, menos fútil, mais difícil de curar. Atinge a alma, o coração, atinge meus pensamentos e domina-me por inteiro. Alguns diriam que é mesquinhez, mas não. Eu apelidei de insegurança. Medo de nunca ir além de alguns pequenos pulos, enquanto outros fazem um grand jeté perfeito. É aquela insegurança que te faz silenciar o grito, suprimir a vontade, dar às costas. Esse sentimento vai, mas sempre volta. Ele não serve como justificativa, não serve como nada, nem para nada. É um sentimento inútil, que só está ali para te lembrar o quão covarde és. E, mesmo depois do risco corrido, ele volta, para te lembrar que algo sempre pode dar errado. E que tu podes continuar sozinha quando o sol surgir.

22/03/2013

Madrugada Adentro

Sigo o ritmo do seu dormir. Meu sono só chega quando você vai embora. Enquanto está aqui, sou pura energia: compartilho, invento e crio. Qualquer coisa vira desculpa para ficar mais um pouco com você. Se não nos falamos, vou dormir mal. Se nos falamos, é o paraíso. Ainda assim, queria ter você mais perto, ao alcance das minhas mãos. A noite deixou de ser tão assustadora. Na verdade, passou a ser minha confidente. Conversamos por horas, eu e ela. Falamos sobre você. Sabemos pouco, o resto, imaginamos. Vemos defeitos e qualidades. Mas como a escuridão é grande, tudo parece lindo e perfeito. Chega a hora de dormir e a angustia aumenta. Você não vai estar lá, não vai estar nos meus sonhos, nem ao meu lado. Assim, vou madrugada adentro, procurando uma forma de não te deixar escapar.

05/03/2013

Outono...

O vento fresco que anuncia a proximidade do Outono e a vontade de tirar as canecas do armário para tomar um chá bem quente, quem sabe um achocolatado. Para os viciados em cafeína, um expresso ou capuccino. A luz alaranjada do final das tardes, as cores do outono, todas quentes, porém chegam para anunciar o frio. O que segue agrada a uns e desagrada a outros: o inverno. Mas o bonito mesmo são as tardes de outono, os fins de semana na Redenção. A decisão mais difícil é entre churros ou algodão doce. Outono, quando o pôr do sol chega mais cedo, mais belo, mais nostálgico. Nada como um bom Outono.

06/02/2013

(Ante)Passados

Já parou para pensar quantas pessoas existiram antes de você para alguém? Quantas pessoas fizeram parte da vida dos teus pais? Dos teus tios? Primos? Avós? Amigos? Enquanto eles contam histórias, uma enxurrada de gente surge como que do além e você pensa quantas outras pessoas eles conheceram e eram importantes para eles. Pessoas que fizeram parte do passado deles, que fizeram ele ser quem é hoje. E você lá, se sentindo miúdo, você é - praticamente - um recém chegado. É uma sensação estranha, definitivamente, não é ruim, mas faz com que o mundo pareça muito maior do que realmente é. Algumas vezes, as pessoas das histórias parecem tão importantes, tão geniais, lindas ou legais, que a vontade de conhecê-las é grande demais. Infelizmente, muitas já não fazem mais parte da vida deles, você nunca vai saber quem são, não pessoalmente. Talvez, você veja uma foto e "tcharam", a pessoa vai estar lá. Na maioria das vezes, elas serão como fantasmas. Não do tipo assustadores, mas sim daquele jeito imortal, mas sem vida. A coisa mais triste nisso tudo é pensar que algum dia, você também vai ter seus fantasmas, você até pode virar um. Todo mundo conhece alguém que já não faz mais parte da sua vida, mas que continua ali, nas fotos, nos álbuns, em uma carta. Imortal, mas sem vida.

26/01/2013

Tentativas

Tentar tentativas tentando tentar. Nunca desistir. Pensando nisso, criei um novo blog. Esse aqui é meu amor, minha paixão, mas as coisas que eu escrevo aqui são muito minhas. Inventei de tentar ser crítica, apesar de não sabe ao certo como se faz. Mais resenho que critico, mas sei que alguém vai gostar. Se não gostar, eu gosto. Gosto de tentar.

- R.

Esse é o link do novo blog: http://caleidocritica.blogspot.com.br/

06/01/2013

Espírito Agitado

A volta de uma viagem pode ser tão boa quanto a ida. A saudade de casa, dos amigos, da cidade. Melhor, o espírito volta renovado, cheio de alegria. Pulsante, busca por agito, aventuras, quanto mais novidade melhor. Viajar renova, acresce, rejuvenesce. De todas as melhores coisas do mundo, definitivamente é uma das primeiras da lista. Nada pode ser tão positivo como viajar. Ninguém volta igual, mesmo quando as coisas não ocorrem da maneira como gostaríamos. Adquirimos experiência, crescemos, somos forçados à iniciativa, precisamos - muitas vezes - pensar não só por um, mas por dois ou três, há os que pensam por mais de dez. Se querem um conselho, se leem esse texto em busca de uma dica, a minha é a seguinte: VIAJE. Seja praia ou campo, a pé ou de carro, Norte ou Sul. Você decide. Você trilha. Você nunca mais vai ser o mesmo.

04/01/2013

Apaixone-se...

Por uma pessoa,
por uma cidade,
por um esporte.

Por uma aventura,
por um livro,
por um filme.

Por uma cor,
por uma roupa,
por uma moda.

Por uma matéria,
por um assunto,
por uma história.

Por tudo,
pelo mundo,
por você.