06/06/2012

Uma xícara de chá verde com uma colherada de tristeza, por favor.

Um amigo comentou comigo que, ao chegar ao fim do seu chá, sentia gosto de sabão. Também disse que isso era um pouco ruim e que o deixava triste. Perguntei de qual chá falávamos. Ele respondeu, prontamente, que tratava-se de chá verde. Pensei, por alguns segundos, e concluí que podia ser uma xícara ou caneca mal lavada. Compartilhei com ele minha opinião. Mas, para a minha surpresa, eis que ele me diz: "Pior que não é. É sempre o último gole".

"É sempre o último gole".

Essas palavras despertaram em mim um sentimento. O mesmo que sinto aos domingos: sei que é o último dia do fim de semana, mas mesmo assim eu procuro fazer dele o melhor dia possível, porque eu amo finais de semana, porque eu amo me sentir livre. E, mesmo sendo domingo, é assim que me sinto. O mesmo ocorre com as viagens. O gosto amargo da despedida, não me faz desistir de viajar. Amo conhecer lugares novos, pessoas novas, mesmo sabendo que, em algum momento, terei que dizer adeus.

Engraçado o modo como agimos. Esse meu amigo sabe que vai sentir-se triste quando estiver terminando seu chá, mesmo assim, continua bebendo. O sabor desse e os prazeres que ele proporciona são superiores à tristeza que sente. O gosto ruim que sente é a mais pura nostalgia.

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