25/10/2010

what if i told you ..?

Independentemente do que saímos dizendo por aí, sempre há algo que queríamos falar e não conseguimos. No fundo, todos temos uma palavra pronta para ser gritada, mas que acaba sendo silenciada. Várias vezes me encontrei pensando em coisas que eu queria poder admitir, poder falar, poder perguntar, mas não foram muitas que passaram do imaginário para o real. Temos esse medo de compartilhar o que pensamos. Esse costume que nos afasta, nos impede de conhecer o outro completamente, que nos impede de nos conhecermos por completo. Devíamos temer aquilo que não é pronunciado. Temer as coisas que ficam em nossos pensamentos e que ninguém mais vai saber se não contarmos. Apesar de gostar do silêncio, de me acalmar, de me permitir pensar, gosto do som da voz. Quando me encontro em algum lugar estranho, que me dê calafrios, a primeira coisa pela qual peço é uma voz amiga, não tenho medo de admitir. Preciso ouvir que há alguém ali, alguém comigo. Falar não necessariamente exige esforço das cordas vocais, como todos sabem, muitos falam através de gestos, considero-os mais acalentados até. O gesto de dar a mão, o gesto de abraçar. Aqui e agora, faço um apelo: fale. Fale com as mãos, fale com a voz, fale através de gestos, através da dança, da música, da arte. Fale! O dom de apreciar o silêncio é uma dádiva, tão quanto o dom de falar. Encontre o equilíbrio, mas não se esqueça: assim como tememos falar, tememos o silêncio, não devíamos temer a nenhum dos dois, e sim os apreciar.

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