09/03/2011

Minha vontade de você hoje se fez incontrolável. Como vidro, caí e quebrei-me... Perdi-me na infinidade de cacos que ficaram pelo caminho. Cada lembrança, um caco. Não achamos solução para nossas rachaduras e, com o tempo, o que antes parecia tão sólido, tão imensurável, tornou-se frágil, insustentável. Caiu, quebrou. Sem mágoas, era novo, talvez não fosse tão forte quanto pensamos... Talvez... Talvez, devíamos ter procurado melhor ou, pelo menos, ter tido mais cuidado. Com o tempo, seria como aquele vaso que tinha na casa da minha avó... Era sagrado, ninguém chegava perto, quebrou-se no fim, mas só na hora da despedida... Ninguém pode fazer nada, quando chega a hora, só nos restam as lembranças. Era um bom vaso. A casa ficou um pouco vazia sem ele, mas acabamos nos acostumando... Espero, um dia, acostumar-me com o espaço, hoje vazio, mas que antes era preenchido com o nosso vaso, aquele que fizemos em uma tarde de primavera, em que pintamos nossas angústias e nossas alegrias, que parecia tão resistente, mas que se foi sem volta.

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