nuance de amor

se me quer
me devore por inteiro
e não pelas beiradas
se me ama
que não seja contido
mas um tanto depravado
prefiro pecar pelo excesso
quando se fala de amor
mas
se você me pedir
sussurro baixinho
que e pra ninguém ouvir
e te peço com jeitinho
pra você ficar
e te abraço de mansinho
até sumir em ti
e não precisar voltar

Um poema de dois.

Parece errado
eu querer
dividir minha história
com você.
Tenho medo
de esquecer
uma parte dela
nos seus braços.

Com Você

prometo ser outra
se eu puder ser eu
prometo ir
se eu puder ficar
por alguns instantes
poder viver
aquelas loucuras
tão sonhadas
prometo ser eu
se eu puder ser ela
tão solta
tão livre
tão bela
sorriso vibrante
riso cativante
coração aberto
dançando no campo
pés descalços
cabelos ao vento
prometo ser eu
se eu puder ser eu
só por alguns intantes
com você

A complexidade de sentir.

E

se

todo

sentido

fizesse

tu não

faria

sentido

porque

sentir

faz

sentido

que 

sentir

não foi

tudo.

Espaço Em Branco

Engraçado esse seu gostar
Desenrolado e fugaz
Escondido atrás do medo
Cheio de desculpas
Mais parece indiferença
Não sente falta
Não procura
Mas abraça com vontade
Até dar aquele aperto no peito
Olha nos olhos
A mente longe
Já não entendo esse jeito
Antes tão sincero
Agora sem sentido
É como se a luz continuasse lá
Mas já não sei o caminho
E como se
Todas as palavras
Se desfizeram no ar
Com a bruma que acolhe a noite
Guardando segredos
Omitindo figuras
Nada nunca foi claro
Entre nós dois
E eu te perdi
Ao tentar entender
Sem perceber
Que já não estava lá

Sempre Você

A tua estranheza
Já me é estranha
E nossos desencontros
São mais comuns agora
Quando eu te vim
Me foi embora
E quando parti
Você bateu o pé
Com as malas prontas
Não sabe o que quer
Se vai
A dor aumenta
Se fica
Continua
Porque nessa incessante
Batalha do eu
Quem ganha
É sempre você

Quem me completa.

Às vezes,

lembro

dos nossos compromissos,

dos planos

dos seus sumiços.

Sinto falta

dos seus braços,

do abraço, 

e do cafuné.

Às vezes,

concluo 

que não daria certo,

diferenças demais,

apesar das semelhanças.

É quando eu sigo,

pensando

que foi bom

enquanto durou,

que a falta que faz

é só meu corpo

acostumando-se

com o vazio.

E, ao mesmo tempo,

preenchendo-se 

de calor,

ao lembrar,

que sou eu

quem me completa.

O Terceiro Adeus

Quando você disse
O primeiro adeus,
Foi como se o verão acabasse.
O frio tomou conta.
O outono chegou.
No segundo adeus,
Fui para a janela.
A brisa que veio,
Logo foi e meu deixou.
Então aconteceu de novo,
E no terceiro adeus,
A primavera gritou.
Foi como se não houvesse inverno,
E o calor me tomou.
Acendi como uma tocha.
A luz que um dia perdi...
Agora, em chamas, brilhou.

E se fosse fácil?

E se fosse fácil esquecer
Todas as palavras que ouvi,
Os momentos que passamos.
E se o vento levasse,
Para longe, toda dor?
O que eu faria
Se a vida me deixasse
Ser livre do amor
E amar o que é livre?
E se possível fosse
Que eu nunca mais sentisse...
A amargura de um adeus?
A vida me faria
Mais feliz?
Ou seria só até
o próximo que chegasse
trazendo flores e um sorriso
E promessas que nunca ouvi?

Sem Pedidos

Não vou pedir
que fique,
que vá,
que me deixe,
que me adore,
que volte,
que esteja.
Se ficar,
que seja por vontade.
Se ir,
que seja em paz.
Se me deixar,
que seja com certeza.
Se me adorar,
que seja sincero.
Se voltar,
eu te espero.
Se estiver,
te quero.