Lembro dos dias em que as pessoas, nas férias, iam para a praia. Ficava tudo lotado, era horrível ir no mercado, mas todos pareciam se divertir e conseguir descansar. Os carros ficavam parados por horas nas estradas e a praia parecia se iluminar mais e mais ao longo da noite. Todos chegavam cansados, mas arranjavam um jeito de abrir toda a casa e arrumar a mesa para um café. Hoje em dia, eu vejo as coisas de um jeito diferente. Será por que crescemos? Não, não creio que seja essa a razão. As pessoas andam mais e mais atarefadas. Tempo para ir à praia? Faz-me rir. Invejo aqueles que conseguem manter isso na rotina. Minha família há muito não consegue. Às vezes, encontro-me imaginando o futuro, planejando cada detalhe. Ah, se as coisas fossem como desejamos. As pessoas deviam ter um tempo, sabe. Um tempo para parar e pensar se elas estão mesmo felizes, se elas estão fazendo aquilo que elas se imaginavam fazendo um dia, aquilo que elas desejaram um dia. Gosto de pensar que as coisas podem ser mais simples do que são. Gosto da sensação de poder sonhar. Gosto da sensação que a lembrança dos dias em que ir para a praia nas férias era quase como uma obrigação. Sinto falta disso. Sinto falta de ser criança, de não perceber certas coisas. Sinto falta dos dias em que as coisas andavam um pouco mais devagar.
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