28/03/2013

Poluição

O mundo anda poluído. De lixo, sim. Mas não é desse tipo de poluição que esse texto se trata. As pessoas apodrecem cada vez mais, na procura pelo luxo, produzem diversos tipos de lixo. O pior deles é o que polui a alma, a mente. Mentes poluídas por todo lado: vulgaridade. Sinto falta da simplicidade de um olhar, da inocência do mais puro dos sentimentos: o amor. Sinto falta das paixões avassaladoras, das serenatas de amor, das varandas repletas de meninas sonhadoras, encantadas com a lua e com a imensidão do mundo. Sinto falta dos dias em que as pessoas se cumprimentavam nas ruas, da cumplicidade, da troca entre as pessoas. Eram bons os dias em que os netos sentavam com os avós para assistir televisão, ler um livro, compartilhar histórias. Eram lindos e inesquecíveis, os dias em que segurar a mão de alguém era algo tão íntimo, que nada poderia explicar a sensação de andar juntos, como extensão um do outro. E, principalmente, eram lindos os dias em que um sorriso podia iluminar o dia de alguém, fazer a diferença, mostrar que ainda tem gente que se importa e sente e luta desesperadamente por dias melhores. Sorrisos que dizem muito, mas calam. Devemos continuar lutando por um mundo despoluído, desprovido de más intenções, onde as pessoas são livres para acreditar. Acreditar que existe esperança, que o sol ainda vai brilhar por de trás das nuvens grossas que não nos permitem ver.

27/03/2013

Quando o sol surgir.

Esquisito esse sentimento. Ele já não me é estranho, mas continua não fazendo sentido. Não é inveja, não do tipo mau, do tipo perverso. É mais íntimo, menos fútil, mais difícil de curar. Atinge a alma, o coração, atinge meus pensamentos e domina-me por inteiro. Alguns diriam que é mesquinhez, mas não. Eu apelidei de insegurança. Medo de nunca ir além de alguns pequenos pulos, enquanto outros fazem um grand jeté perfeito. É aquela insegurança que te faz silenciar o grito, suprimir a vontade, dar às costas. Esse sentimento vai, mas sempre volta. Ele não serve como justificativa, não serve como nada, nem para nada. É um sentimento inútil, que só está ali para te lembrar o quão covarde és. E, mesmo depois do risco corrido, ele volta, para te lembrar que algo sempre pode dar errado. E que tu podes continuar sozinha quando o sol surgir.

22/03/2013

Madrugada Adentro

Sigo o ritmo do seu dormir. Meu sono só chega quando você vai embora. Enquanto está aqui, sou pura energia: compartilho, invento e crio. Qualquer coisa vira desculpa para ficar mais um pouco com você. Se não nos falamos, vou dormir mal. Se nos falamos, é o paraíso. Ainda assim, queria ter você mais perto, ao alcance das minhas mãos. A noite deixou de ser tão assustadora. Na verdade, passou a ser minha confidente. Conversamos por horas, eu e ela. Falamos sobre você. Sabemos pouco, o resto, imaginamos. Vemos defeitos e qualidades. Mas como a escuridão é grande, tudo parece lindo e perfeito. Chega a hora de dormir e a angustia aumenta. Você não vai estar lá, não vai estar nos meus sonhos, nem ao meu lado. Assim, vou madrugada adentro, procurando uma forma de não te deixar escapar.

05/03/2013

Outono...

O vento fresco que anuncia a proximidade do Outono e a vontade de tirar as canecas do armário para tomar um chá bem quente, quem sabe um achocolatado. Para os viciados em cafeína, um expresso ou capuccino. A luz alaranjada do final das tardes, as cores do outono, todas quentes, porém chegam para anunciar o frio. O que segue agrada a uns e desagrada a outros: o inverno. Mas o bonito mesmo são as tardes de outono, os fins de semana na Redenção. A decisão mais difícil é entre churros ou algodão doce. Outono, quando o pôr do sol chega mais cedo, mais belo, mais nostálgico. Nada como um bom Outono.